DESVIOS DA MEDICINA (II)
Procedimentos médico - cirúrgicos para redução do estômago e retirada do baço, mais se afeiçoam às lesões corporais seguidas de morte (lenta). Por outra, cirurgias para retirada da vesícula biliar , útero, mamas e próstata, mais representam imperícia, valor monetário dos serviços, sofrimento do paciente ( a curto e médio prazo) do que benefícios que miravam alcançar.
Tudo isto por dois motivos: falta de conhecimento científico ou comprometimento, direto ou indireto, com a indústria medicamentosa (química ou laboratorial).
No estudo que nos interessa, por ora, vamos abordar os dois primeiros tópicos - redução do estômago e retirada do baço - adotando linguagem muito clara, seja para fugir do vício de que a medicina só interessa aos médicos ou dos termos por estes usados, os quais revelam apenas nomenclatura, medo da discussão, sem nenhum sentido prático.
A segunda parte, não menos importante, fica para outros escritos.
Não interessa ao debate, por enquanto, aquelas situações em que pacientes, vítimas de acidentes de automóveis, disparo de arma de fogo ou instrumento perfuradores, lesionam estômago ou baço, obrigando intervenção cirúrgica de emergência.
O que se pretende abordar são as cirurgias – ou lesões corporais provocadas – com propósito de curar doenças desses órgãos ou a eles associadas.
E se adotamos uma crítica dura, não é em desfavor deste ou daquele profissional, mas em homenagem ao critério científico que os médicos – todos eles – têm ou deveriam ter, escassos nos últimos tempos, mais por culpa das faculdades de medicina, as quais semeiam pouco conhecimento e de forma superficial ou dos respectivos conselhos de classe que se fecham na proteção corporativista ao invés de exigir e estimular pesquisas sérias.
Nossa experiência clínica – Wu Xing Clínica, sob orientação da medicina tradicional chinesa – não se baseia em exames de laboratórios, mas no exame do próprio paciente ( cor dos olhos e da pele, qualidade das unhas e do cabelo, reação ao toque nos pontos de alarme, queixas, funcionalidade do intestino e bexiga, qualidade da alimentação e do sono, atividade física, alteração ou não das emoções etc).
E na clínica são frequentes os relatos de pacientes que fizeram redução de estômago, retirada do baço ou estão em vias disso acontecer, por recomendação médica.
No primeiro caso - redução de estômago ou em vias de acontecer - por causa do sobrepeso gerado pela ansiedade e excesso de alimentação, ocasionando tantos outros sintomas, entre eles, dores estomacais e elevação da pressão arterial.
No segundo - retirada do baço ou recomendação para tanto - alegando-se, como principal razão, a presença de baixíssimo índice de plaquetas no sangue e, como causa secundária, recorrentes processos infecciosos, que o tratamento medicamentoso ( baseado em corticoides e uso prolongado) não se tem revelado suficiente para elevar e manter aceitável os índices referidos.
Nos casos em que procedida a redução do estômago, os sintomas atuais, decorrido algum tempo da cirurgia ( 05 anos ou mais) são piores do que os verificados antes da cirurgia, inclusive com volta de peso mais elevado que antes e naqueles de retirada do baço, porque perde peso , frequentes os processos infecciosos, anemias , exigindo-se internações hospitalares com certa frequência.
Para recomendar ou fazer os procedimentos cirúrgicos relatados é preciso desconhecer ou ignorar as funções e a importância de cada um desses órgãos – os quais estão conectados – no equilíbrio de um organismo saudável.
O conhecimento dessas questões - funções e importância do estômago e baço - e a responsabilidade pela melhoria das condições de saúde – e de vida - do paciente, não apenas em médio prazo, mas para o restante da vida, desautorizariam tais procedimentos.
E quais são as funções e importância do estômago?
Para a medicina ocidental, o estômago exerce funções endócrinas e exócrinas, digerindo os alimentos e secretando hormônios, continuando a digestão de carboidratos que foi iniciada na boca através da adição de um fluído ácido ao alimento ingerido. Transforma o bolo alimentar numa massa viscosa, através da atividade muscular e da enzima pepsina, para digerir as proteínas.
Está conectado ao baço e com este se relaciona interna e externamente, agem em cooperação e formam a principal fonte de saúde.
Não valem os argumentos de que essas práticas são antigas e as únicas à disposição da ciência, porque o Brasil ( e a-ciência médica) não tem estatística (independente) e confiável dos anos seguintes ( mínimo 10) ao pós-cirurgia, para averiguar se as condições de saúde ( decorrentes da causa primária) melhoraram ou pioraram, até porque o surgimento de outros sintomas (pós-causas), nem sempre voltam ao médico que procedeu o ato cirúrgico, mas encaminhado a outro profissional.
Outro problema seríssimo da medicina e que contribui para seus desvios é o atendimento ao paciente, em forma de shopping center, onde o organismo humano parece uma quantidade de lojas, com produtos diversos e cada dono, na sua loja, faz o que bem entende.
Em situações complexas como essas, qualquer médico deveria, antes do procedimento cirúrgico, ouvir outros profissionais, inclusive de outras áreas que tratam da saúde complementar para firmar a convicção de que o melhor caminho é o ato cirúrgico.
Contudo, a medicina ocidental padece dos vícios da antiga Grégia, em que ao desconhecido se atribuía um nome, era deixado aos deuses e desconhecidos ou tratado modo espedaçado, fragmentado.
A concepção de que o organismo é um amontoado estático de peças e não matéria em ordem perfeita, agindo e reagindo, leva aos desatinos apontados.
As especialidades médicas ocidentais – e no Brasil, mais açodadas, nos últimos 40 anos - são importantes para a compreensão ( mais anatômica do que funcional) de órgão ou víscera, mas constituem verdadeiros nichos (estanques), para não dizer atrapalhos, no tratamento dos sintomas doentios mais prolongados.
Funcionam bem nas emergências, mas engatinham em doenças crônicas ou mais graves e erram muito no diagnóstico e, por consequência, na prescrição do correto tratamento.
Por isso, entendidas as funções e importância do estômago, acima referidas, é uma temeridade, beirando a irresponsabilidade pela saúde futura do paciente, qualquer ato cirúrgico no estomago, pois vai diminuir-lhe a atividade muscular ( trituração semelhante ao liquidificador), dificultando a formação do bolo alimentar e absorção dos nutrientes, na etapa seguinte do processo digestivo.
Uma bem orientada dieta alimentar e alteração do estilo de vida, para diminuir a carga de ansiedade, evitaria cirurgia, haja vista que essas recomendações são feitas após a cirurgia, quase nunca atendidas pelo desanimado paciente.
Mas qual profissional fará isso, se à formação das nutricionistas falta compreensão médica (anatomia, fisiologia e patologias)?
E aí os erros, em nome do socorro médico, vão se sucedendo, normalmente, sem que ninguém questione.
E como não se questiona, esquece-se que a qualidade de vida da pessoa submetida a esse procedimento, melhora no curto prazo pós-cirurgia, mas piora, em médio e longo prazo, sem falar nos custos econômicos para sociedade.
As consequências da qualidade de vida, logo adiante, serão piores do que aquelas anteriores do ato cirúrgico. Se alguém tiver dúvida, busque estatísticas confiáveis.
E a vida do paciente será mais curta do que a média das pessoas.
No que diz respeito a retirada do baço ou seu encurtamento, numa desesperada tentativa médica de melhorar os índices das plaquetas no sangue, o desatino é ainda maior.
O que é e para que serve o baço?
O baço é um órgão do tipo glandular localizado na região superior esquerda da cavidade abdominal, tem contato com o pâncreas, o diafragma e o rim esquerdo. Age como parte integrante do sistema linfático e vascular, ocupando uma posição única que lhe permite eliminar microorganismos patogênicos e destruir hemácias anômalas, alteradas ou envelhecidas. Ele também retira o ferro a partir da hemoglobina dos glóbulos vermelhos para seu posterior uso pelo organismo, assim como substâncias residuais como os pigmentos biliares para sua excreção, na forma de bílis, através do fígado.
O baço fabrica anticorpos contra diversos tipos de células do sangue e microorganismos infecciosos, atuando como reservatório de sangue e de outras células sanguíneas.
É o órgão que domina os músculos ( espessura e força) , enviando parte da substancia nutritiva ao coração e ao pulmão, controla o sangue dentro dos vasos, previne o organismo contra hemorragias.
Diante da tamanha importância, não será erro maior retirá-lo do que deixá-lo, tratando adequadamente?
A decisão médica de retirar o baço, se não for por razões de sedutores honorários médicos, só ocorre porque existe erro de concepção sobre a formação e composição do sangue.
A essência do sangue é derivada da digestão e absorção dos alimentos (nutrientes) pelo estômago e baço. À essência do sangue, provinda da absorção dos alimentos se mistura a essência dos rins, as quais formam a medula óssea.
A conjugação de nutrientes extraídos dos alimentos, essência dos rins e fluídos do corpo (água), constituem o material básico para a composição do sangue (glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas) e funcionamento ( circulação) do sangue para nutrir todo o organismo.
Se a cirurgia para redução do estômago já é equivocada, do ponto de vista científico ( a menos r que existam outros escusos pontos de vistas), a retirada ou diminuição do baço, sob o fundamento de corrigir os baixos índices de plaquetas no sangue, revela primarismo científico, cuja providência mais agravará a situação de saúde do paciente do que a saúde que se procurava restabelecer.
A partir daí a imunidade ficará destruída, porque rins ( que produzem medula óssea), coração e pulmão sofrerão ataques por causa da baixa nutrição. O organismo não terá local para preparo e absorção dos nutrientes provindos dos alimentos.
Aliás, numa rápida incursão, o próprio tratamento medicamentoso para baixas plaquetas, na base de corticoides ( meticorten ou prednisona) é equivocado, haja vista que o uso prolongado dessa medicação ( e normalmente é assim), provoca baixa ou nenhuma produção do hormônio cortisol produzido pela glândula supra-renal.
Os corticoides são frequentemente usados como parte do tratamento de doenças de origem inflamatória, alérgica, imunológica e até contra alguns tipos de câncer. Porém, o uso prolongado, como normalmente os são, levam ao ganho de peso, causam estrias, provocam acne e enfraquecimento dos ossos, alteram pressão arterial de baixa a alta e vice-versa, causam distúrbio do potássio e sódio, alteração hormonal, perda de apetite, astenia crônica e até diabetes.
É por isso que o tratamento prolongado na base de corticoides que antes pareciam controlar os índices de plaquetas no sangue, agora, depois de algum tempo, revela a absoluta ineficácia e entra-se numa gangorra de ganha/perda de plaquetas.
Logo, não só o tratamento medicamentoso na base de corticoide é de efeito inverso ao desejado, em pouco tempo, pois debilita, ainda mais, um organismo com dificuldades nutricionais, como parece servir de justificativa à intervenção cirúrgica em combate.
O curioso é que as baixas plaquetas ( sangue pobre) induzem a alta da taxa de glóbulos brancos ( soldados de defesa do organismo), circulação de sangue dificultada e fraqueza nos rins ( daí cansaço permanente).
Discussão do problema:
As intervenções cirúrgicas para redução de estômago ou retirada do baço, quando não decorram de situações emergenciais, principalmente acidente, não têm a menor justificativa científica, porque extirpam órgão (baço) e danificam a víscera (estômago), essenciais na trituração e digestão dos alimentos, o que significa, noutras palavras, em preparo do nutriente para o organismo. Sem estes, a capacidade de nutrição dos alimentos é próxima de zero.
Coração e pulmão dependem, fundamental e urgentemente, desses nutrientes, sugados dos alimentos. Os rins não sobrevivem, por muito tempo, sem esses nutrientes, porque o baço ( conectado e continuação fisiológica do estômago) é dominante dos rins.
Os médicos que acreditam – e aí já é pura crença, não mais ciência – que os alimentos podem ser substituídos por medicação química, produzida na grande indústria e vendida nas farmácias, ou nada sabem sobre nutritivos alimentares ou deliberadamente atendem interesses econômicos dos vendedores desses remédios.
O certo é que não estão ocupados, nem preocupados com a saúde e a qualidade de vida, mais adiante, daquelas pessoas que foram submetidas aos procedimentos invasivos referidos.
Dirão alguns acadêmicos da medicina que o próprio governo custeia tais procedimentos ou que estes decorrem de protocolo, convencionado havia muito tempo. Essas verdades não afastam duas outras: a primeira, essa é a visão daqueles que não respeitam a saúde e qualidade de vida dos pacientes, que juraram cuidar e; a segunda, que o consenso governamental a protocolos de origem duvidosa, não serve para justificar a falta de conhecimento científico ou ignorância científica daqueles que as justificam.
Em experiência clínica, ouvimos alguns médicos a respeito de pacientes que se submeteram aos procedimentos, obtendo algumas justificativas:
1ª – a redução de estômago se fez necessária porque o paciente, com sobrepeso e disfunção endócrina, havia perdido as condições de saúde e o gosto de viver, sendo-lhes recomendado, após a cirurgia, severa dieta alimentar.
Ora, a medicina tem o dever, independentemente da vontade do paciente, em alertar-lhe sobre a necessidade de rigorosa dieta alimentar, antes do procedimento cirúrgico e a obrigação, ainda maior, de alertar-lhe sobre as consequências da cirurgia, com ou sem dieta alimentar, eis que irreversível o comprometido de um dos órgãos encarregados de retirar o nutriente dos alimentos. Mostrar-lhe, inclusive, que as consequências da cirurgia, em médio e longo prazo, podem ser piores do que as experimentadas antes do procedimento invasivo.
Some-se a isto o fato de que tais procedimentos sempre se dão em pessoas jovens, com menos de 40 anos, as quais, anos adiante ( e não tantos), vão enfrentar a lentidão do funcionamento orgânico que a velhice vai trazendo.
Se antes da cirurgia o organismo não funcionava bem – ainda jovem – o que se esperar desse mesmo organismo sequelado, na idade mais avançada?
2ª – a retirada do baço se deu porque não se conseguia, via medicamentos químicos, melhorar os índices de plaquetas no sangue.
Sem esquecer que a medicação química, a base de corticóides, em uso prolongado ( mais de 60 dias) cria mal maior do que os benefícios que se pretendia alcançar, houve desleixo, ignorância ou excesso de soberba, pois olvidou-se que a formação do sangue e sua boa qualidade acontece, em condições imensamente mais favoráveis, se prescrita boa e adequada alimentação ( e boa alimentação, honestamente, não pode ficar sob orientação exclusiva de nutricionistas, profissionais dignas e respeitáveis, mas sem formação médica).
O divórcio da formação médica acerca da correta compreensão do organismo, da causa dos sintomas e de aspectos nutricionais inconsistentes só prejudicam os pacientes.
E para que não fiquemos apenas na necessária crítica, ousamos apresentar algumas propostas para mitigar ou evitar esses equívocos médicos, os quais repercutem, gravemente, na vida dos pacientes:
1ª - considerando que as consequências das intervenções cirúrgicas em discussão, em médio prazo, são mais maléficas do que os benefícios que se pretendiam atingir, torna-se necessário que o médico não decida isoladamente, mas sejam ouvidos outros profissionais (inclusive não médicos), em formação de grupo multidisciplinar, com a participação do paciente e familiares, cabendo a estes a última palavra, lavrando-se sucinto termo, o qual integrará o prontuário do paciente;
2ª – seja criada, através de lei, a obrigação de qualquer profissional, da área médica ou não, ao constatar deficiências nutricionais, alertar ao paciente, por escrito, sobre as consequências do não-tratamento, ou encaminhar aos órgãos ou pessoas encarregadas dessa tarefa;
3ª – qualquer decisão sobre atos cirúrgicos do tipo, face à gravidade das consequências, só deve ser tornada efetiva, por parecer de três médicos ( especialidades diferentes, mas conhecedores das funções digestivas, hepáticas e coronarianas);
4ª – e para que a ciência médica pare de brincar com experimentos fracassados, os quais só escapam da constatação, por causa da fragmentação no atendimento das doenças ( sintomas, em verdade), ou seja, cada profissional cuida, isoladamente, de um pedacinho do organismo humano, prescreve a medicação e dificilmente se comunicam, mesmo em hospital, torna-se necessário que lei ( a ser feita) crie a proibição de atendimento ao paciente, por especialização acadêmica, pois fraciona o atendimento e entendimento do sintoma ( e esquece as causas), mas que essas especializações sirvam para melhor conhecer e não para estabelecer a forma de atendimento, diagnóstico terminativo e tratamento do paciente ou que as clínicas não reúnam só profissionais da mesma especialização, mas multidisciplinares e todos examinem os casos mais complexos.
Não podemos desacreditar a ciência, mas também não podemos afirmar que as organizações médicas, a partir do ensino universitário, aprofundam conhecimentos científicos. Estão muito apegadas a laboratórios clínicos, tecnológicos, orientação da indústria medicamentosa e distante da responsabilidade científica, a qual protegeria a vida ( com saúde) dos pacientes.
É o entendimento, sujeito a muito críticas.
Caxias do Sul, 15 de abril de 2015
Mestre Shen
Sinaten 01895